JAMOR
O CDNJ disponibiliza aos seus utentes diversas instalações desportivas, bem como um parque urbano e uma extensa zona de mata, sendo um espaço privilegiado para o apoio ao desenvolvimento da prática desportiva a todos os níveis, desde o desporto de alto rendimento ao desporto federado e ao desporto de lazer.
No espaço do CDNJ está também sediado o CAR-Jamor. Os serviços do CAR-Jamor respondem às necessidades da preparação de atletas de alto rendimento, seleções nacionais, e jovens com talento desportivo em processo de desenvolvimento. O CAR-Jamor dispõe de um conjunto de serviços orientados para a melhoria do rendimento desportivo, nos quais se incluem: alojamento, nutrição, avaliação e controlo de treino, acompanhamento clínico e um programa de altitude.
Administrativamente, quer o CDNJ, quer o CAR-Jamor constituem unidades orgânicas do Instituto Português do Desporto e Juventude, IP.
Despacho n.º 9251/2021, de 20 de setembro - altera a redação da tabela de taxas e outras receitas referentes à prestação de serviços e utilização das instalações afetas ao Instituto Português do Desporto e Juventude, I. P.
HISTÓRIA
Em 3 de dezembro de 1933, delegados de clubes, associações e federações desportivas, que se haviam reunido num congresso para debater a realidade desportiva nacional (Congresso dos Clubes Desportivos), solicitaram ao Governo de então um conjunto de medidas para dinamizar e melhor organizar a prática desportiva a nível nacional, de entre as quais se destaca a proposta para a construção de um grande estádio em Lisboa.
Mais do que a construção de um estádio, tornava-se necessário edificar um equipamento multidesportivo, que seria simultaneamente um parque de recreio, um espaço para a prática competitiva de várias modalidades e um lugar para o espectáculo desportivo, que pudesse acolher muitos milhares de pessoas.
O concurso para a elaboração do projecto de um grande complexo desportivo e para a valorização do vale do rio Jamor, bem como a integração de um conjunto de instalações desportivas, foi publicado por portaria de 1 de março de 1934, que criou a Comissão Administrativa das Obras do Estádio de Lisboa.
Este concurso previa a ligação do complexo à marginal e à nova auto-estrada, a primeira do país e da península ibérica, bem como a ligação ao centro da cidade através do eléctrico e combóio.
Os graus de apuramento do concurso foram estipulados em duas fases de apresentação de propostas, A 1.ª fase do concurso consistia na apresentação de um plano geral, com indicação das circulações, acessos e alçados do Estádio. A 2.ª fase previa o desenvolvimento de todos os projectos em definitivo.
Os arquitectos responsáveis pelo projecto inicial do estádio, edifício centralizador de todo o complexo desportivo, foram Konrad Wiesner, Miguel Simões Jacobetty Rosa e Francisco Caldeira Cabral (Arquitecto Paisagista).
A “Memória Descritiva do Projeto Definitivo das Bancadas do Estádio de Atletismo”, como então se referia ao estádio, foi assinada por Konrad Wiesner e Caldeira Cabral, sendo datada de 14 de outubro de 1939. Viria a tratar-se do primeiro grande estádio completamente construído em escavação numa depressão natural do terreno. É idealizado inteiramente em pedra, à semelhança dos teatros gregos da antiguidade.
O ano inicialmente previsto para a inauguração era 1940, ano que marcava dois centenários: os 800 anos de nacionalidade e os 300 de independência (ano em que ocorreu a Exposição do Mundo Português, entre 23 de junho e 2 de dezembro de 1940).
A inauguração viria no entanto apenas a ocorrer no dia 10 de junho de 1944, numa cerimónia em que estiveram presentes mais de 50.000 espectadores e cerca de 12.000 participantes.
Para além do Estádio Nacional, a Tribuna, a Praça da Maratona, o edifício dos serviços administrativos e três grandes parques de estacionamento com capacidade para mais de 5000 viaturas foram também concluídos em 1944.
O primeiro troço de auto-estrada construído em Portugal, inaugurado também em 1944, veio permitir uma ligação rápida entre o centro de Lisboa e o Estádio Nacional.
Coincidiu também com a inauguração do Estádio Nacional a inauguração do ramal ferroviário que o ligava à estação da Cruz Quebrada, na Linha de Cascais. Os edifícios da estação situavam-se no local onde hoje existe o Complexo de Piscinas do Jamor.
Este grande complexo desportivo e de lazer possui ainda como elemento distintivo, o facto de desde a sua conceção prever, a par da construção de instalações para diversas modalidades (algumas das quais ainda hoje por concretizar, como seja o porto de recreio), a construção de instalações para a formação de técnicos e professores de desporto, concretizada em 1954, com a inauguração do Instituto Nacional de Educação Física (INEF).
As zonas verdes foram consideradas de elevada importância. Num espaço em que, como em Monsanto, quase não existiam árvores, foram plantadas 500.000 árvores e arbustos, entre pinheiros, cedros, faias, choupos, relvados e centenas de qualidades de flores, que deram origem a bosques, jardins e viveiros de plantas decorativas que ainda hoje caracterizam o vale do Jamor.
O Centro de Treino de Ténis, inaugurado em 10 de junho de 1945, e projectado por Jacobetty Rosa, tem sido considerado por muitos jogadores de elite com o mais belo campo de ténis do mundo.
Em 1960 verifica-se a ampliação do Centro de Treino de Ténis e a existência de mais campos de jogos, nomeadamente a pista de atletismo.
Em 1982 regista-se a construção de mais equipamentos, dos quais se destacam 3 novos campos de jogos, um relvado informal, uma nova ampliação do Centro de Treino de Ténis, a carreira de tiro e o respectivo edifício de apoio. Surgem também nessa altura o edifício do Centro de Estágio da Cruz Quebrada, os lares de estudantes da Faculdade de Motricidade Humana e o alojamento do Centro de Alto Rendimento (Residência CAR-Jamor).
Em 1999 surgem o driving range e o edifício de apoio ao golfe, os campos de râguebi, a pista de cross, a piscina olímpica, o Pavilhão dos Esteiros (FMH), as ilhas do Parque Urbano do Jamor, a Pista de Atividades Náuticas e o respectivo edifício de apoio, tendo ainda sido alterado o percurso do rio Jamor, no seu trecho terminal.
Já neste século, são inaugurados o campo de tiro com arco, a nave de atletismo, o campo de golfe de 9 buracos, o minigolfe, o ginásio ao ar livre, o Parque Aventura, a parede de escalada, o espaço de jogo e recreio, o pavilhão para os campos de ténis cobertos e as pistas de Cross Country Olímpico e de enduro (BTT).
Funciona também nas duas últimas décadas, no Centro Desportivo Nacional do Jamor (CDNJ), o Centro de Alto Rendimento do Jamor (CAR-Jamor), com diferentes centros de treino para praticantes desportivos de alta competição/seleções nacionais, em diferentes modalidades das quais se destaca o Atletismo, o Râguebi, a Natação, o Triatlo, o Ténis, o Tiro e o Tiro com Arco, o Golfe, o Hóquei em Campo e a Escalada.
No CAR-Jamor dispomos da Unidade de Medicina Desportiva e Controlo e Avaliação de Treino (UMDACT), que tem por missão a avaliação e o controlo do processo de treino que permita aos praticantes potenciar o seu rendimento desportivo. Esta unidade, para além de apoio médico, de fisioterapia e de nutricionistas, dispõe de um Laboratório de Avaliação e Controlo de Treino, de salas de exercício e de uma sala de treino em altitude.
Atualmente, prossegue o esforço de reordenação do Centro Desportivo Nacional do Jamor (CDNJ), com a valorização e modernização do património existente, sempre na perspetiva de uma utilização acessível a todos, dos praticantes desportivos de alta competição ao cidadão comum, nas vertentes desportiva, recreativa e de lazer.