Limpeza da mata e plantação de 1500 novas árvores
O projecto do Estádio Nacional, iniciado no final da década de 30 do Séc. XX e concluído em 1944, deixou um legado desportivo, cultural e ambiental, que perdura até hoje. Uma parte significativa da área do Centro Desportivo Nacional do Jamor (cerca de 82 ha) consiste em área de mata, tendo sido na época, objecto de estudo específico, nomeadamente o “Projecto da Encosta do Esteiro”.
Refira-se que, nos anos 40 do séc.XX, a área terminal do vale da Ribeira do Jamor, era constituída por diversas quintas e parcelas ocupadas por culturas cerealíferas nas encostas e cumeadas e hortas, pomares e olivais nas zonas mais baixas, sem arvoredo florestal.
inicial privilegiou o emprego do pinheiro do Alepo (Pinus halepensis), espécie exótica já naturalizada, adequada ao papel de pioneira e da Oliveira (Olea aeuropaea). Utilizaram-se ainda outras espécies como o Plátano (Platanus sp.), o Eucalipto (Eucalyptus sp.) a Alfarrobeira (Ceratonia siliqua) o pinheiro manso (Pinus pinea), os cedros e os ciprestes (Cupressus sp.).
Em 2008, foi desenvolvido um levantamento de campo e um estudo sobre a mata do Centro Desportivo Nacional do Jamor (CDNJ), verificando-se que a mesma se apresentava em desequilíbrio ecológico e físico, apresentando, devido à ausência de desbastes durante um longo período, e à densidade excessiva dos povoamentos arbóreos, exemplares de árvores frágeis, com copas muito elevadas, muitas delas dominadas, partidas, tombadas ou em risco de queda, núcleos e indivíduos dispersos de espécies exóticas invasoras, mas também, uma interessante regeneração natural de espécies arbóreas autóctones em determinadas zonas.
Como espécies arbóreas mais representativas, a mata do CDNJ apresenta o Pinheiro manso (Pinus pinea), Pinheiro do Alepo (Pinus halepensis), Cedros e ciprestes (Cupressus sp.) , Lódãos-bastardos (Celtis australis) Zambujeiros (Olea europaea var. sylvestris), alguns núcleos de Pinheiro das Canárias (Pinus canariensis), exemplares de sobreiro (Quercus suber), Carvalho-cerquinho (Quercus fagine ), olaia (Cercis siliquastrum), Freixo (Fraxinus angustifolia), alfarrobeira (Ceratonia siliqua), medronheiro (Arbutus unedo), aroeira (Pistacia lentiscus) , eucalipto (Eucalyptus sp). Apresentava ainda exemplares de espécies exóticas invasoras como as Acácias (Acácia sp), o espinheiro-da-Virgínia (Aillanthus sp.,) as Robinias (Robinia pseudoacacia) e o Pitosporo (Pittosporum undulatum), entre outras.
Em 2009, com base no estudo efectuado e após marcação de exemplares no terreno, o IDP, IP deu início ao processo de “abate de arvoredo seco em pé, em risco de queda, potencialmente perigoso, desbaste de povoamentos e núcleos de arvoredo, erradicação de espécies exóticas invasoras florestais e remoção ou tratamento do material lenhoso resultante”.Posteriormente procedeu-se à limpeza do material sobrante do desbaste efectuado. Esta limpeza da mata, consistiu no tratamento dos sobrantes, ramas e pequenos troncos, através do destroçamento e estilhaçamento dos materiais, com posterior espalhamento sobre o terreno.
Terminada a limpeza, em Dezembro de 2009, procedeu-se à plantação de 1500 exemplares de árvores, nos locais mais afectados pelo desbaste efectuado, que apresentavam clareiras com alguma dimensão, nomeadamente, no Alto de Stª Catarina, junto ao Moinho de Linda – a – Velha, junto á capela e a poente do Estádio de Honra. As espécies plantadas, foram seleccionadas com base na constituição dos solos e exposição de encostas das diferentes zonas, optando-se pela plantação de espécies características da mata mediterrânica como o pinheiro manso (Pinus pinea), o cipreste (Cupressus sempervirens) , o cedro-do-Buçaco (Cupressus lusitanica), o carvalho-cerquinho (Quercus faginea), o sobreiro (Quercus suber), o medronheiro (Arbutus unedo),a alfarrobeira (Ceratonia siliqua) e o carvalho-negral (Quercus pyrenaica).
04-02-2010