Jamor

75.º ANIVERSÁRIO DO ESTÁDIO NACIONAL

75.º ANIVERSÁRIO DO ESTÁDIO NACIONAL

Há precisamente 75 anos, abriam as portas do Estádio Nacional. Em 10 de junho de 1944, numa cerimónia que contou com 60.000 espectadores e com a presença das mais elevadas figuras do Estado, iniciou-se assim a história do que é ainda hoje o maior complexo desportivo nacional. 75 anos passados desde a inauguração, o Centro Desportivo Nacional do Jamor (CDNJ) recebe anualmente mais de um milhão de utentes.

Depois de uma exibição em que participaram 3.600 ginastas, de provas de atletismo e do desfile dos representantes de todos os clubes nacionais e das federações desportivas, o estádio recebeu o seu primeiro jogo de futebol, em que o Sporting e o Benfica disputaram duas Taças: a Taça Império, instituída pela Federação Portuguesa de Futebol e que foi uma espécie de primeira Supertaça do futebol português, e a Taça Estádio, oferecida pelo Governo de Salazar para comemorar a ocasião.

O primeiro golo foi marcado por Peyroteo aos 10 minutos e Espírito Santo empatou para o Benfica aos 77 minutos, levando o jogo para prolongamento. Dois minutos depois do recomeço da partida, Peyroteo voltou a marcar e, no início da segunda parte do prolongamento, Eliseu fez o 3-1, cabendo a Júlio a obtenção do golo que fixou o resultado final em 3-2.

O evento foi registado para a eternidade num documentário de António Lopes Ribeiro, que pode visualizar aqui.

 

75 anos mais tarde, o Estádio Nacional mantém-se como a peça mais emblemática do CDNJ. Encontra-se inserido num grande parque urbano e desportivo com cerca de 200ha, que integra diversos equipamentos desportivos e de lazer, para além de uma mata com mais de 90ha.

O CDNJ serve anualmente mais de um milhão de utentes, oferecendo um conjunto alargado de valências, disponíveis para o alto rendimento desportivo e para o desporto federado, mas também para o simples lazer, passando naturalmente pelo Desporto para Todos.

Construído numa época em que os critérios eram necessariamente diferentes, porque também diferente era a sociedade de então, o Estádio Nacional tem passado por diversas fases, sendo que nos últimos anos se tem efetuado um conjunto de intervenções que de uma forma discreta, mas eficaz, têm vindo a responder à necessidade de adequar esta instalação desportiva às necessidades atuais, preservando o legado histórico e as suas características arquitetónicas.

Para que o projeto do ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco, fosse uma realidade, foram consultados diversos arquitetos, entre os quais, Francisco Caldeira Cabral, Konrad Wiesner, Jorge Segurado e Miguel Jacobetty Rosa. É atribuída a este último a paternidade do projecto do Estádio Nacional.

Para servir o complexo desportivo foi construída a primeira autoestrada da península ibérica. Na inauguração, o estádio dispunha de mais de 5000 lugares de estacionamento e uma estação de caminho de ferro.

O estádio possui atualmente uma lotação superior a 37.000 lugares, o que faz dele o quarto maior estádio do país.

Em 2017, foi o primeiro estádio do país a receber a instalação de videoárbitro, e em 2018 foi reconhecido como apto para receber jogos da Liga Portugal.

Para além de inúmeros eventos desportivos, de entre os quais as Finais da Taça de Portugal, prova rainha do futebol nacional, assumem particular destaque, o Estádio Nacional tem recebido ao longo dos anos muitos outros eventos de relevo, como por exemplo a final da Taça dos Campeões Europeus de 1967 ou as cerimónias de abertura e encerramento da Gymnaestrada Mundial de 2003.

Realizaram-se aqui com frequência jogos particulares de seleções nacionais, bem como diversos campeonatos nacionais de outras modalidades, mas também concertos, óperas e iniciativas promocionais com milhares de participantes, como o logotipo humano do Euro 2004.

Muitos parabéns, Jamor!

10-06-2019